sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dia Mundial da Criança

Olá a todos!

Hoje é um dia muito especial para mim! 
O Dia Mundial da Criança, em primeiro lugar porque fui uma criança muuuuuuuuuuuito Feliz, e em segundo lugar porque ainda hoje sou!
Tenho uns pais que me proporcionaram uma infância fantástica, com tudo a que tive direito... Alegria, Carinho, Amor, Educação, Palmadas no rabo (poucas), Formação como Pessoa, e tuuuuuuuuudo o que fez com que seja a pessoa que sou hoje.


Foi com eles que aprendi a continuar a ser criança e a enfrentar a Vida olhos nos olhos, com Medos mas também com Coragem para os superar, sem nunca perder a Esperança de que o próximo dia vai ser melhor, agradecendo cada Momento, cada dia, hora, minuto, segundo... 
Aprendi também a tornar-me mais Forte com cada empurrão que a Vida me deu, e continua a dar, e a nem sequer pensar em desistir de lutar (a minha Mãe nunca me deixou dizer "não consigo", dizia-me "tenta", literalmente), a agarrar-me firmemente a tudo o que tenho de Bom, embora sabendo que nem sempre é fácil fazê-lo, mas sempre tentando!!!!

Como sabem, a minha Mãe faleceu com a mesma doença que eu, Lúpus, e foi ela que me ensinou a lutar contra ele, com todas as Forças, foi a minha Companheira Guerreira, e ainda hoje é...



Mas aprendi também a Sorrir, a Viver, a aproveitar tudo de bom que a Vida me deu e continua a dar... Os Amigos, o facto de estar Viva, a Alegria, o Brilho nos Olhos, a Alma cheia, o Coração quente...
Homenageio-a com uma música que descreve exactamente tudo o que sinto com a sua ausência física, embora a sua Alma me dê Força SEMPRE, sem nunca faltar nem um único segundo...




Sou Criança e os meus Pais são os meus HERÓIS!!!!
O meu Pai, que aguenta tanto sofrimento sem reclamar, assistiu ao da minha Mãe, ao meu, e não há maior injustiça...
Está SEMPRE lá, luta comigo diariamente, ajuda-me a Sorrir quando não me apetece, mostra-me caminhos quando não os consigo ver, agarra-me quando quero desistir, não sei como consegue ser tão Forte... 
Merece TUDO o que de melhor há e não sei porque não o tem... Mas tem o melhor de mim, e sempre terá... 



quarta-feira, 23 de maio de 2012

Lúpus - Mais um esclarecimento, nunca é demais...

Dr. Drauzio Varella: Lúpus
Lúpus é uma doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres do que nos homens, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico, exatamente aquele que deveria defender o organismo das agressões externas causadas por vírus, bactérias ou outros agentes patológicos.

O fato é que, no lúpus, a defesa imunológica se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica, às vezes, podem confundir e retardar o diagnóstico.
Lúpus exige tratamento cuidadoso por médicos especialistas. Pessoas tratadas adequadamente têm condições de levar vida normal. As que não se tratam, acabam tendo complicações sérias, às vezes, incompatíveis com a vida.

DOENÇA AUTOIMUNE

Drauzio – O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença de autoagressão, uma doença autoimune. Quais as principais características da doença autoimune?O

Samuel Kopersztych – A doença autoimune é fundamentalmente caracterizada pela formação de autoanticorpos que agem contra os próprios tecidos do organismo. Por isso, o nome autoagressão, às vezes, é mais feliz. O paciente, geralmente do sexo feminino, fabrica substâncias nocivas para seu organismo e o anticorpo, que é um mecanismo de defesa, passa a ser um mecanismo de autoagressão. Portanto, o que caracteriza a doença autoimune é a formação de anticorpos contra seus próprios constituintes.

Drauzio – Teoricamente, esses anticorpos podem agredir qualquer tipo de tecido e provocar as mais variadas doenças?

Samuel Kopersztych – Eles podem agredir qualquer tipo de território. De modo geral, a maior agressão ocorre no núcleo da célula, graças ao aparecimento de vários autoanticorpos contra substâncias presentes em seu interior.

Entretanto, o mais importante não é o anticorpo isoladamente. Do ponto de vista anatomopatológico, o que define a autoimunidade nos tecidos é a formação dos chamados complexos imunes.

COMPLEXOS IMUNES

Drauzio – O que se entende por complexo imune?

Samuel Kopersztych – A paciente que tenha a etnia lúpica, ou seja, formação genética constitucional que a predispõe a desenvolver lúpus, já possui autoanticorpos em grande quantidade. Quando uma substância vinda do exterior une-se a eles, forma-se o complexo antígeno-anticorpo. Isso ativa um sistema complexo de proteínas chamado de complemento e leva à formação dos complexos imunes, cuja concentração dita a gravidade e o prognóstico da doença, porque eles se depositam no cérebro e nos rins principalmente.
O complexo imune depositado no rim inflama esse órgão, produzindo a nefrite lúpica, importante para determinar se a doente vai viver muitos anos ou ter a sobrevida encurtada.

Drauzio – Qual é a substância exterior que mais agride essas pacientes?

Samuel Kopersztych – A radiação solar, em especial os raios ultravioleta prevalentes das dez às quinze horas, é a substância que mais agride as pessoas que nasceram geneticamente predispostas. Em estudos conduzidos no Hospital das Clínicas de São Paulo, foi possível detetar inúmeros casos de pacientes que tinham o primeiro surto logo após ter ido à praia e se exposto horas seguidas à radiação solar. Em geral, eram pacientes do sexo feminino, já que a incidência de lúpus atinge nove mulheres para cada homem. Nos Estados Unidos, há maior prevalência entre as mulheres negras; no Brasil, verifica-se equivalência de casos em brancas e negras.

CORRELAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS DE IMUNIDADE E ENDÓCRINO

Drauzio – Você disse que 90% dos casos de lúpus ocorrem em mulheres. Os hormônios sexuais desempenham algum papel nessa doença?

Samuel Kopersztych – É fundamental estabelecer uma correlação entre o sistema de imunidade, de defesa do organismo, com o sistema endócrino. O estrógeno (hormônio feminino) é autoformador de anticorpos; a testosterona (hormônio masculino) é baixo produtor. O estrógeno é sinérgico à produção de autoanticorpos e a testosterona, supressora. Na mulher lúpica, ocorre excesso de sinergismo, ou seja, excesso na produção de anticorpos, que se traduz pela taxa elevada da proteína gamaglobulina nos exames de laboratório.

Drauzio – Se suprimir a produção de estrógeno, a mulher melhora da doença?

Samuel Kopersztych – Infelizmente o que acontece com os animais de experimentação, cujos sintomas melhoram com a administração de hormônios masculinos, não se repete nas mulheres. Mulheres lúpicas que tomam hormônio masculino masculinizam-se nesse período, sem manifestar nenhum efeito terapêutico protetor importante.

CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO

Drauzio – Que indícios podem fazer uma pessoa desconfiar de que está com lúpus?

Samuel Kopersztych – Havia grande confusão diagnóstica em relação ao lúpus até a Sociedade Americana de Reumatologia enunciar onze critérios de diagnóstico, em 1971. A mulher que preencher quatro deles seguramente tem a doença.

Os dois primeiros referem-se à mucosa bucal. Entre outras lesões orais importantes, aparecem úlceras na boca que, na fase inicial, exigem diagnóstico diferencial com pênfigo, uma doença frequente em países tropicais. Pode ocorrer também mucosite, uma lesão inflamatória causada por fatores como a estomatite aftosa de repetição, por exemplo.

O terceiro critério envolve a chamada buttefly rash, ou asa de borboleta, que muitos admitem como o critério mais importante, mas não é. Trata-se de uma lesão que surge nas regiões laterais do nariz e prolonga-se horizontalmente pela região malar no formato da asa de uma borboleta. De cor avermelhada, é um eritema que geralmente apresenta um aspecto clínico descamativo, isto é, se a lesão for raspada, descama profusamente.

O quarto critério é a fotossensibilidade. Por isso, o médico deve sempre investigar se a paciente já apresentou problemas quando se expôs à luz do sol e provavelmente ficará sabendo que mínimas exposições provocaram queimaduras muito intensas na pele, especialmente na pele do rosto, do dorso e de outras partes do corpo mais expostas ao sol nas praias e piscinas.

O quinto critério é a dor articular, ou seja, a dor nas juntas, geralmente de caráter não inflamatório. É uma dor articular assimétrica e itinerante, que se manifesta preferentemente nos membros superiores e inferiores de um só lado do corpo e migra de uma articulação para outra. Geralmente, é uma dor sem calor nem rubor (vermelhidão) nem edema (inchaço), os três sinais da inflamação. Há casos, porém, em que esses três sintomas se fazem presentes, assim como podem ocorrer artrite e excepcionalmente inflamação no primeiro surto de 90% das pacientes

Drauzio – Quais as articulações mais atingidas?

Samuel Kopersztych – Preferentemente, as articulações dos membros superiores. A doença acomete punho, cotovelo, ombro e dedos das mãos, como se fosse um quadro de artrite reumatoide. Portanto, a artralgia (dor nas articulações) é um sintoma do lúpus que leva essas pacientes a procurar o reumatologista. Se não apresentarem dor articular, o diagnóstico clínico fica em suspenso.

Drauzio – São dores fortes que obedecem a um ritmo diário?

Samuel Kopersztych – Não há rigidez matutina como na artrite reumatoide. É uma dor migratória não muito intensa. Isso, muitas vezes, retarda o diagnóstico, porque a paciente entra em remissão e não procura o médico.

Drauzio – E o sexto critério, qual é?

Samuel Kopersztych – O sexto critério, e um dos mais importantes, é a lesão renal. Paciente com lesão renal acompanhada de hipertensão no primeiro surto tem prognóstico mais reservado. A hipertensão arterial denota que surgiu um processo inflamatório nas membranas das estruturas envolvidas no sistema de filtração do sangue que atravessa os rins e a paciente é acometida por glomerulonefrite.

Drauzio – Isso quer dizer que o rim começa a filtrar mal e deixa passar pelo poro renal substâncias que deveria reter?

Samuel Kopersztych – Se esse distúrbio não for tratado convenientemente, a paciente evolui para insuficiência renal rapidamente progressiva. Na verdade, é o rim que dita o prognóstico em 90% dos casos, que será pior ainda se for acompanhado do sétimo critério: a lesão cerebral. Seu primeiro sinal é uma convulsão, um ataque epilético comum que pode ser confundido como característico de doença exclusivamente convulsiva e relegar o diagnóstico e tratamento do lúpus para segundo plano.

Drauzio – Qual é a lesão cerebral mais frequente?

Samuel Kopersztych – A lesão cerebral mais frequente revelada pelo exame anatomopatológico é a tromboembolia, ou seja, a deposição de coágulos no cérebro sob a forma de trombos locais ou de um êmbolo originário de outra região do corpo que entope o vaso cerebral. Como consequência, o tecido que depende dessa irrigação entra em anóxia e morre por falta de oxigênio. Além disso, quadros neurológicos graves, como hemiplegia (paralisia de um lado do corpo), plegia (paralisia parcial de uma parte do corpo) e quadriplegia (paralisia dos membros superiores e inferiores) parece estarem ocorrendo com maior frequência nos dias de hoje em virtude do aumento da sobrevida das pacientes.

O comprometimento cerebral, em geral, não acontece no início da doença. No entanto, se estiver ligado à lesão renal, as dificuldades terapêuticas se agravam bastante.

INCIDÊNCIA DE PENIAS

Drauzio – E o oitavo critério?

Samuel Kopersztych – No território do sangue, o lúpus estabelece as chamadas penias. Em 20% dos casos, a anemia hemolítica coincide com a ruptura dos vasos sanguíneos e a fragilidade dos glóbulos vermelhos, levando à anemia hemolítica autoimune, uma manifestação da síndrome pré-lúpica. A paciente pode ir ao consultório do hematologista com esse problema e logo em seguida ou alguns anos depois manifestar o quadro clínico completo do lúpus eritematoso.

Outra manifestação de penia mais incidente é a leucopenia, ou seja, a diminuição de glóbulos brancos, dos leucócitos. Em 40% dos casos, a leucopenia é traduzida pela produção de anticorpos principalmente dirigidos contra os neutrófilos, um tipo específico de glóbulos brancos que hoje faz parte do diagnóstico laboratorial do lúpus.

Outra possibilidade é a ocorrência da plaquetopenia, ou púrpura trombocitopênica idiopática, uma lesão provocada por anticorpos contra as plaquetas que não tem etiologia definida e que pode preceder, em alguns anos, a instalação do lúpus.

Essas penias são importantes e, muitas vezes, levam a paciente lúpica à esplenectomia, ou seja, à retirada do baço, porque os clínicos já sabiam de longa data que sem ele melhora a produção de glóbulos vermelhos. O baço funcionaria como uma esponja que reteria os anticorpos contra substâncias do sangue, e isso acentuaria a diminuição dos glóbulos vermelhos, brancos e das plaquetas. Retirando-se o baço, esses elementos seriam redistribuídos na circulação.

Acontece que pacientes lúpicas infectam-se com muita facilidade. A experiência nas enfermarias mostra que a retirada do baço em pacientes que sofreram acidentes de automóvel ou em crianças com traumatismos abdominais coincide com grande número de infecções, principalmente por salmonelas, bactéria que antigamente causava o tifo. Por isso, a retirada do baço numa paciente lúpica deve ser bem analisada.

GRAVIDEZ NAS PACIENTES LÚPICAS E OUTROS CRITÉRIOS

Drauzio – E o nono critério?

Samuel Kopersztych – É o critério imunológico. Pacientes lúpicas apresentam uma reação falsamente positiva para sífilis e manifestam a síndrome anticoagulante lúpica que se caracteriza por trombose, embolias e abortos de repetição.

Drauzio – A gravidez é contraindicada para as pacientes lúpicas?

Samuel Kopersztych – Há um conceito difundido inclusive entre alguns médicos de que pacientes lúpicas não devem, não podem e não engravidam em virtude de um problema imunológico. O argumento é que algumas dessas mulheres produzem anticorpos contra um constituinte especial chamado fosfolípedes, ou seja, substâncias com o radical fósforo do tipo gorduroso situadas na circulação. Esses anticorpos são responsáveis pela incidência de abortos recorrentes, aliás, outro sinal de pré-lúpus.

Drauzio – Isso quer dizer que elas engravidam e abortam repetidamente?

Samuel Kopersztych – Além de abortos de repetição, essas mulheres formam coágulos em várias partes do corpo. Formam trombos no cérebro e formam êmbolos. Paciente lúpica que não tenha esse componente talvez possa ter uma gravidez normal. No entanto, nas portadoras de lesão renal, aumenta muito a possibilidade de abortos ou de dar origem a um feto com pouca chance de sobrevivência. Na verdade, algumas não têm dificuldade para engravidar, mas a gravidez pode ser tempestuosa e difícil e exige segmento pré-natal feito por especialista.

Drauzio – Como você orienta uma mulher jovem com lúpus que quer ter filhos?

SamuelKopersztych– Acho que ela precisa ser informada do risco que correrá. Em 80% dos casos, pode haver uma piora da doença, exatamente o contrário do que ocorre com a artrite, que melhora durante a gravidez.

Drauzio – Você poderia citar o décimo e o décimo primeiro critério?

Samuel Kopersztych – A incidência de pericardites (inflamação do pericárdio, membrana que envolve externamente o coração) e de pleurites (inflamação da pleura, membrana que recobre o pulmão) também podem ocorrer em pacientes com lúpus. Em 70% dos casos, a pericardite é subclínica e diagnosticada apenas nas autópsias. Esse é o décimo critério; o décimo- primeiro é o fator antinúcleo.

EXAMES LABORATORIAIS

Drauzio – Além do quadro clínico, o diagnóstico de lúpus pode contar com um quadro laboratorial bastante característico, não é?
 Samuel Kopersztych – O teste básico de laboratório é a pesquisa do fator antilúpus. O patologista vai avaliar o caso através de métodos de união antígeno-anticorpo com corante fluorescente. No exame de sangue comum, por meio dessa técnica, ele observa como cora o núcleo das células das pacientes lúpicas. Às vezes, cora difusamente; às vezes, em pontilhados pequenos e, às vezes, numa reação em anel. A resposta difusa indica lúpus benigno com lesão de pele e de articulações, mas sem comprometimento dos rins e do cérebro. Já, o achado em anel correlaciona-se com lesão renal e forte complexo autoimune circulante. Portanto, esse simples exame de sangue não invasivo dá ao clínico uma ideia do diagnóstico e do prognóstico. Se o fator antilúpus aparecer em alta concentração numa jovem, com quase toda a certeza, num futuro próximo, ela irá encaixar-se em todos os critérios de diagnóstico do lúpus.

EVOLUÇÃO DA DOENÇA

Drauzio – Você citou formas de evolução mais lenta e mais acelerada do lúpus. O que determina tal diferença?

Samuel Kopersztych – Quanto mais jovem for a mulher, pior será o diagnóstico. Lúpus dificilmente aparece em meninas que ainda não menstruaram. Em geral, o acometimento coincide com a época da menstruação e atinge mulheres na faixa entre 15 e 30 anos. Se não há lesão renal e cerebral no primeiro surto, trata-se de uma forma benigna de lúpus caracterizada por lesões de pele, asa de borboleta, dor nas juntas, sintomas facilmente controláveis com medicação. É também provável que a paciente não apresente os problemas correlacionados com o passar da idade e morra de outra causa que não o lúpus.

Se no primeiro surto, porém, ela manifestar lesão renal ou cerebral ou, o pior de tudo, as duas ao mesmo tempo, é sinal de mau prognóstico. Além disso, pesam fatores puramente imunológicos, por exemplo, a queda de algumas proteínas do sangue como complemento e o aparecimento de infecções. A evolução das pacientes no Hospital das Clínicas indica que o aparecimento de infecções é fator decisivo na evolução e prognóstico da doença.

Nos EUA, estatísticas mostram que a mulher negra tem evolução pior do que a branca. O que vimos no HC, entretanto, é que aqui há uma equivalência da doença entre mulheres brancas e negras.

TRATAMENTO

Drauzio – No passado, todos os casos de lúpus eram tratados com cortisona e seus derivados. Hoje, existem recursos mais eficazes?

Samuel Kopersztych – Temos recursos melhores, inclusive em relação à própria cortisona. Os corticoides modernos não são dotados de efeitos colaterais como aumento de pressão e grande retenção de sal e água. Outros podem ser injetados por via endovenosa. É o chamado pulso terapêutico que consiste em hospitalizar a paciente e infundir de uma só vez, numa única aplicação, grande quantidade de corticoide.

Drauzio – Os pacientes suportam bem essa técnica terapêutica?

Samuel Kopersztych – Suportam bem e a tendência à infecção é menor. O grande impulso, porém, foi conseguido com o advento de uma droga chamada ciclofosfomida, imunossupressor usado nos primórdios dos transplantes renais, e que pode ser aplicada nas pacientes com lúpus sob a forma de pulso terapêutico. Outras drogas usadas inicialmente nesse tipo de transplante foram aproveitadas pelos reumatologistas para controlar a formação dos complexos imunes.

Gostaria, ainda, de mencionar a plasmaférese, método terapêutico que pode ser aplicado quando a lesão renal está muito ativa. A doente é internada para retirar grande quantidade de plasma. Com isso, o hematologista elimina os complexos imunes circulantes em benefício da evolução benigna das lesões renais e cerebrais.

Drauzio – Contando com os recursos que temos atualmente, se for bem cuidada, uma mulher com lúpus têm condições de levar vida normal?

Samuel Kopersztych – Com segmento ambulatorial bem feito, tem condições de levar vida normal. Lúpus é uma doença grave, especialmente se houver lesão renal e lesão cerebral, mas hoje podemos contar com um contingente terapêutico importante e com antibióticos mais modernos que protegem contra infecções e garantem sobrevida maior para essas pacientes.

ORIENTAÇÕES ÀS PACIENTES

Drauzio – Sumariamente, que cuidados devem tomar as mulheres com lúpus?

Samuel Kopersztych– Ela deve proteger-se da radiação solar e usar fotoprotetor mesmo na cidade, porque não é só na praia e na piscina que o sol é intenso.
Deve procurar engravidar com parcimônia e sob grande supervisão. Deve tomar cuidado com a administração de pílulas anticoncepcionais, pois o aumento nos níveis de estrógeno pode desencadear novo surto da doença.

É importante, também, tomar cuidado para não contrair infecções. Evitar grandes conglomerados ou agrupamentos de pessoas e o contato com portadores de doenças infecciosas, que possam ser transmitidas, é uma precaução válida e indispensável.
Além disso, é preciso estar sempre atento ao psiquismo da paciente lúpica, que se altera muito com a doença. Às vezes, a primeira manifestação é um surto psicótico ou de ansiedade. Por isso, o equilíbrio emocional é meta importante na vida dessas mulheres.








sábado, 19 de maio de 2012

Como podem adquirir o "Princesa Borboleta"

Boa noite Amigos!!

Depois de muito insistir, deram-me uma resposta!
Amigas brasileiras e não só, vou aqui transcrever a resposta que me enviaram hoje, depois de ter sido um pouco mais agressiva com a editora face à falta de respostas. Então aqui vai:

" sugerimos que adquiram o livro numa das seguintes livrarias online que colaboram connosco:

http://www.wook.pt/product/facets?palavras=princesa+borboleta
http://www.bertrand.pt/?palavra=princesa+borboleta&restricts=8066&facetcode=temas
http://www.bulhosa.pt/search.ud121?UDSID=%C2%A7%C2%A7%C2%A7%C2%A7051205181057030143618284547%C2%A7%C2%A7%C2%A7%C2%A7
http://pesquisa.fnac.pt/search/quick.do?text=princesa+borboleta&category=book&bl=HGACrera&AID&submitbtn=Ok

Muito em breve também estará disponível na http://www.sitiodolivro.pt/

Apesar de algumas livrarias terem a indicação de que o livro está esgotado, ele está disponível no nosso armazém, pelo que as pessoas podem fazer a encomenda na mesma e eles confirmam connosco o stock. Entretanto, o nosso comercial vai entrar em contacto com eles para rectificar a informação do stock."

Espero que ajude e assim possa chegar à mão de muito mais interessados! :D

Beijinhos e obrigada pela paciência!










quinta-feira, 10 de maio de 2012

10 de Maio 2012 - Dia Mundial do Lúpus

Boa tarde a todos! :)


Hoje, dia 10 de Maio celebra-se o Dia Mundial do Lúpus. 
Eu, como metade da minha Vida lúpica e com a minha saudosa Mãe também, não poderia deixar de lembrar este dia!
Tenho agarrado todas as oportunidades que me têm surgido para fazer divulgação, para tentar explicar de forma acessível a todos o que é esta "doença das mil faces", tão matreira como um lobo, mas que nos ensina o valor da Vida como uma borboleta.
Sei que cheguei bem perto de muitos doentes, ou não, familiares, Amigos ou pessoas interessadas, com o meu livro "Princesa Borboleta" tão carinhosamente apresentado pelo Professor Dr. Marcelo Rebelo de Sousa. 

Tentei desmistificar, informar e encarar como encaro a Vida, com sentido de humor, nada de muito sério... Na Vida nada é sério, é um palco que pisamos e temos que aproveitar enquanto as cortinas não fecham.
Quero homenagear todas/os as/os lutadoras/os que tão bravosamente lutaram, sem nunca desistir, mas em que o lobo venceu, nomeadamente a minha Mãe que me ensinou toda esta forma de Viver, de aproveitar, de relativizar e aproveitar o que temos de bom. Foi uma guerreira como ninguém, sofreu ao saber que me tinha deixado o Lúpus como herança, mas ensinou-me a LUTAR, a VIVER!!!! E por isso estou-lhe eternamente grata! Sei que onde estiver estará orgulhosa de mim e a ajudar-me a lutar quando as forças por vezes parecem desvanecer.
Homenageio também o meu Pai, que sofre a dobrar, com a luta e morte da minha Mãe, e com toda a minha luta. Está SEMPRE lá, SEMPRE, para tudo o que eu preciso sem nunca mostrar cansaço. É também um grande GUERREIRO!!
E guerreiros são também todos os meus Amigos que me apoiam, entendem, aturam, ajudam e que sem eles as minhas forças já teriam desaparecido. Faço referência à minha irmã do coração,Arminda Oliveira Oliveira, que tal como o meu Pai, está sempre lá e nunca se cansa, mesmo quando tenho mau feitio... :P
Quanto aos outros Amigos, todos eles sabem quem são porque não perco uma oportunidade de dizer o quanto os adoro e são importantes para mim, não me atrevo a deixar nada por fazer ou dizer...
MUITO, mas MUITO obrigada a todos!!
 
E que a luta continue, sem nunca baixarmos os braços!!!
Força e Coragem a Lúpicas/os e familiares, somos GUERREIRAS/OS e estamos unidos!!!!







quarta-feira, 25 de abril de 2012

A família que escolhi...

Caros Amigos

Quando era criança, acreditava que os laços de sangue eram os mais fortes e indestrutíveis. A família era o meu núcleo duro, o meu porto de abrigo, claro que os pais têm sempre esse papel, mas falo de uma família um pouco mais alargada, tios, primos...
De há uns anos para cá, fiz uma descoberta maravilhosa!!!!! Para além dos laços sanguíneos, há outros igualmente fortes e indestrutíveis... A família que escolhemos, também apelidada de AMIGOS!!!
A experiência de Vida vai-nos ensinando a "peneirar", a seleccionar quem nos Ama realmente ou quem é "amigo" de circunstância.
E eu sou a pessoa mais sortuda do mundooooooooooooooooooooo! :D
Tenho irmãos, que estão SEMPRE, mas SEMPRE lá, quando é preciso e quando não é preciso, para a rambóia ou para o hospital, para o bom e para o mau, que mesmo não passando pelo mesmo que eu, me entendem e apoiam, sem nunca julgar ou criticar.
E, surpresas das surpresas para mim, tive TRÊS Amigos dispostos a dar-me um rim para eu fazer um transplante e deixar de fazer hemodiálise. Como é possível?????????? Como é possível alguém que não é da minha família se disponibilize a dar-me uma parte do seu corpo, a correr riscos numa cirurgia, em troca de nada???????????? Apenas por MIM!!!! Isto é uma benção!!
Ter pessoas que se preocupam comigo, que cuidam de mim, que me tratam com carinho sem ter a "obrigação" de o fazer como família, é tão bom, é um aconchego, um conforto, um colo...
NUNCA, mas NUNCA vou conseguir agradecer a todos, nem sequer vou nomear, porque tenho a certeza que sabem quem são... ;)



Beijinhos e muito OBRIGADA a todos!!!!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Homenagem a todos/as os/as GUERREIROS!

Olá a todos!

Duma simples conversa informal, surgiu a ideia de um projecto que me agradou desde o início, e para o qual tive a honra de ser convidada. É com muito orgulho que partilho aqui com vocês alguns dos muitos guerreiros que todos os dias travam severas batalhas...


Lúpus em Portugal


Beijinhos e obrigada especialmente à Paula Correia e à Maria Graça que permitiram que fizesse parte deste video.

Como uma borboleta renasce do casulo, eu estou de volta...


Perdão...

Perdão é a única palavra que posso escrever em primeiro lugar. Perdão por ter abandonado este projecto que iniciei com tanto entusiasmo, mas que fui perdendo lentamente...
Os doentes com Lúpus e os seus amigos e familiares terão mais facilidade em me perdoar, pois o meu entusiasmo foi desaparecendo em simultâneo com a minha saúde. Tive uma fase menos boa a nível de saúde física que se repercutiu numa depressão novamente, e poucas coisas me interessavam. 
Partilho isto com vocês porque ninguém é de ferro, todos temos o direito de nos cansar, de pensar "BASTA!!", de pensar que as forças acabaram...
Mas, eis que tal como borboletas, renascemos!

As nossas forças são inesgotáveis, acreditem!!!! Mesmo quando pensamos que já não existem, aparece uma luz vinda de dentro de nós que nos levanta, que nos volta a reerguer e regressamos à Vida dando-lhe ainda mais valor, apreciando cada pedacinho de Felicidade que ela nos dá, bebendo cada gota de Amor que damos e recebemos.
Aproveitem tudo de bom que a Vida vos dá, aprendam a "saborear" pequenos momentos, desmaterializem-se e valorizem afectos...

Beijinhos e até breve...

Marta Branco